Depois de problemas com bronquite, Gilbert Durinho dá a volta por cima e busca título inédito do UFC para o Brasil

Depois de problemas com bronquite, Gilbert Durinho dá a volta por cima e busca título inédito do UFC para o Brasil

Publicado por ThePlayerBR, 09/02/2021

A busca pelo primeiro título brasileiro do peso-meio-médio (até 77kg) na história do Ultimate começa neste sábado com Gilbert Durinho. O lutador brasileiro vai enfrentar o detentor do cinturão Kamaru Usman, seu ex-companheiro de equipe, na luta principal do UFC 258, em Las Vegas (EUA). Entretanto, esse não é o desafio mais difícil da vida do atleta.

Vivendo a infância ao lado dos irmãos Fred e Herbert, no bairro do Fonseca, em Niterói (RJ), o maior problema que Durinho enfrentava era ter que conviver com as crises de bronquite asmática. Os pais dos meninos precisavam correr com eles para o hospital para que uma injeção de adrenalina fosse aplicada.

O que acontecia quando eu ficava doente é que eu tinha umas crises que eu não conseguia respirar, ficava mal, meu pai corria para o hospital, chegava lá, eu tomava adrenalina na veia, e não foi uma vez não, foram várias. Eu ficava mal e não conseguia respirar”, comentou Gilbert Durinho em uma entrevista para o Esporte Espetacular.

O primeiro contato de Gilbert com a arte marcial aconteceu quando ele tinha apenas quatro anos de idade. Depois, com as crises asmáticas, o jovem voltou para o esporte com seus irmãos. Aos 12 anos, o treinador Luiz Carlos deixou o carro com o pai deles para o conserto, até que um quimono guardado no veículo despertou o interesse dos três.

O treinador falou que era professor de jiu-jítsu, ficamos conversando, falei para ele: "Eu não tenho dinheiro". Fizemos um acordo de ele dar aula para os meus filhos porque eles tinham bronquite de ir três, quatro vezes por semana no médico. E o médico cobrava da gente que tinha que fazer esporte. Qualquer esporte. Aí falamos do jiu-jítsu, consegui, colocamos lá e foi um alívio para gente porque eles já participavam do esporte, então eles deixaram de ir ao médico, foi uma vitória contra a bronquite”, disse o pai.

O treinador ainda comentou que sentiu o potencial dos três e que não sabia quem era melhor, já que com apenas seis meses de treino eles já tinham sido campeões carioca. Mesmo assim, Durinho achava que não levava jeito para o esporte no começo, mas depois passou a levar o jiu-jítsu como meta para o futuro. Porém, o brasileiro ainda pensou em desistir por falta de apoio.

Senti que faltava alguma coisa e falei: "Vou conseguir um patrocínio pra vocês". Saí em campo, a gente se humilha com esse negócio porque ninguém gosta de patrocinar, mas consegui um patrocínio na época bom para ele: ticket-refeição, passagem para o Rio e pagar as competições. Dali ele começou a disparar e está dando isso que você está vendo agora. Se Deus quiser vai ser campeão agora. Isso para mim é muito gostoso”, destacou o treinador Luiz Carlos.

Depois, em 2011, Gilbert foi campeão na faixa-preta do Mundial de jiu-jítsu e logo recebeu o convite de Vitor Belfort para migrar para o MMA. Agora, o foco de Durinho é no sábado. O lutador crê que seu poder de nocaute e explosão podem ser os diferenciais no duelo contra Usman, mas também considerou características boas do adversário.

Ele é muito bom na trocação também, eu também sou muito bom na trocação, só que a gente tem um estilo diferente. Acho que eu tenho um poder de nocaute maior do que ele... Consigo nocautear com as duas mãos, ele tem um jab muito duro ali, ele leva vantagem no wrestling, ele tem um wrestling muito bom, mas eu levo vantagem no chão, tanto por cima, quanto por baixo, eu vou estar na vantagem. Ele leva vantagem na envergadura, tem uma envergadura bem maior do que a minha, só que eu levo vantagem na velocidade e na explosão, então é bem um xadrez ali, ele leva vantagem numa coisa, eu levo em outras”, finalizou Durinho.

Escrito por Vitória Drehmer