Aston Martin levou um ano para definir design verde para Fórmula 1 2021

Após anunciar, no começo de 2020, que assumiria a estrutura da Racing Point na Fórmula 1 em 2021, a Aston Martin revelou, nesta quarta-feira, a 'identidade' do AMR21, seu carro para a temporada deste ano. A pintura verde e preta, com listras rosas, certamente se destacará quando as batalhas começarem nas pistas do Bahrein no final do mês.

Mas, o que poucos sabem, é que o lançamento marcou o fim de uma longa jornada que a Aston Martin enfrentou para definir quais cores estariam presentes no carro que marca o retorno da montadora britânica à F1 após 60 anos. Há algum tempo, já se sabia que a Aston Martin queria usar o seu tradicional verde britânico de corridas no carro de 2021. Entretanto, decidir qual tom de verde usar acabou sendo uma decisão difícil.

Não é raro vermos as equipes acertarem parcialmente as cores de suas pintura. Em muitos casos, os tons funcionam na vida real, mas não saem bem nas fotos ou na televisão. É por isso que, segundo o diretor criativo da Aston Martin, Marek Reichman, a decisão final sobre qual tom de verde usar acabou demandando por muita reflexão.

"Na verdade, foi uma jornada longa", explicou Reichman, que projeta os modelos de rua da Aston Martin há 16 anos. "A cor é algo fundamental. Muda o jeito como você percebe a cor na tela; pessoalmente, sob a luz do Sol; ou em um dia nublado em Silversonte. É um fator muito, muito importante".

"Passamos 12 meses desenvolvendo uma cor. Passamos por muitas versões da pintura e tudo foi decidido aos 45 do segundo tempo, com mudanças nos detalhes para garantir que tudo está certo. Quando vocês olham o carro, está espetacular. É o que esperamos. E certamente será a cor mais bonita do grid", afirmou.

O tom final de verde está na escala mais clara entre as opções que a Aston Martin tinha na mesa, mas havia uma gama de fatores que precisavam ser considerados além da própria cor. "Eu gostaria que fosse tão fácil quanto olhar para uma escala e escolher o tom", disse Reichman, que manteve um contato próximo com o chefe de equipe da Aston Martin, Otmar Szafnauer, durante o processo.

"Desenvolver a tinta é muito complexo, porque isso precisa ser traduzido também em nossos carros de rua. Não se trata apenas de desenvolver uma cor para uma pintura de um carro de F1, porque as pessoas também vão querer esse tom em seus carros de rua quando elas olharem", ponderou.

"Então, você precisa passar por um processo completo de desenvolvimento, que inclui diferentes aplicações, teste de danos/reparos e mais. E, obviamente, pensando no carro da F1, precisamos considerar a necessidade que Otmar tem com relação ao peso. A pintura não pode ser pesada. Precisamos considerar isso também", revelou.

"Além disso, é preciso ver como você atinge a beleza dessa bela cor considerando a tecnologia com que se pinta carros de F1 e também se é possível pintar carros de rua", seguiu Reichman, que também disse que a Aston Martin teve que fazer um programa extenso de testes com a pintura no 'mundo real' para garantir que a cor funcionasse também na televisão e nas fotos em contato com o flash.

"Como garantir que isso vai funcionar, em termos dos valores de azul, verde e vermelho na tela? Para isso, precisamos filmar os painéis e olhar através de telas de computador. Usamos câmeras 4K e 3D, tudo o que temos a nossa disposição, porque esse é o mundo que temos hoje", completou.