No esvaziado torneio olímpico, russos parecem ótima opção (por enquanto)

No esvaziado torneio olímpico, russos parecem ótima opção (por enquanto)

Publicado por Alexandre Cossenza, 15/07/2021

A cada dia, uma nova desistência. O Torneio Olímpico de Tênis de Tóquio 2020 tem tudo para ser o mais fraco desde Atlanta 1996. Os desfalques são muitos, e os motivos, variados. Roger Federer, por exemplo, avisou que não vai aos Jogos porque sofreu um "contratempo" no joelho em Wimbledon e vai se dedicar à reabilitação. O australiano Nick Kyrgios, por sua vez, avisou que não vai porque não haverá público. O brasileiro Thiago Wild alegou um problema no quadril, embora esteja inscrito para competir no ATP de Kitzbuhel na mesma semana. Houve também quem citasse a pandemia como justificativa.

A consequência disso tudo é que o evento será bem mais fraco do que o esperado inicialmente. Além dos nomes já citados, outros desfalques de peso incluem Rafael Nadal, Dominic Thiem, Denis Shapovalov, Diego Schwartzman, Stan Wawrinka, Juan Martín del Potro e David Goffin. As ausências abrem portas para azarões e, no momento, as cotações são atraentes para nomes que não seriam candidatos tão fortes em outros torneios.

Uma medalha de ouro para Daniil Medvedev, atual número 2 do mundo, paga 4,5 na Betwinner nesta quarta-feira. São odds até atraentes considerando que o Torneio Olímpico será em quadra dura, piso preferido do russo. E vale olhar com carinho também para Andrey Rublev, compatriota de Daniil. Se o atual número 7 do mundo subir ao posto mais alto do pódio, a casa paga 15,00. Karen Khachanov, outro russo, paga 50. A lista de mais cotados da Betwinner ainda inclui Stefanos Tsitsipas (4), Alexander Zverev (8,5), Matteo Berrettini (12), Jannik Sinner (16), e Félix Auger-Aliassime (25) e Alex de Minaur (40).

O grande ponto de interrogação - e que torna os outros nomes atraentes no momento (negrito e itálico em "no momento", por favor!) - é Novak Djokovic. O número 1 do mundo e campeão do Australian Open, de Roland Garros e de Wimbledon, não deu certeza sobre sua participação. O sérvio está inscrito, mas após conquistar o hexa de Wimbledon no último domingo, declarou que está 50-50 sobre ir a Tóquio. Competir no Japão significa lutar pelo Golden Slam, raríssimo feito que inclui conquistar a medalha de ouro olímpica em simples e mais os quatro slams na mesma temporada. É algo que só aconteceu uma vez na história do tênis: em 1988, com Steffi Graf.

Por outro lado, encarar a viagem, a mudança de fuso horário e a competição com jogos quase todos os dias significam um desgaste maior e um risco de lesão que pode atrapalhar seus planos para o US Open. Djokovic, afinal, ainda pensa em fechar o Grand Slam - conjunto dos quatro slams na mesma temporada - algo que não acontece no tênis masculino desde 1969. É um feito colossal e que pode se tornar mais difícil com a ida até Tóquio.

Atualmente, a Betwinner paga 1,98 para uma medalha de ouro de Djokovic e 1,7 para o caso de ele não vencer - o que, a esta altura, parece atraente demais. De qualquer modo, a decisão do número 1 do mundo é crucial. Caso ele opte por não ir até o Japão, todas as odds que estão atraentes hoje serão drasticamente reduzidas. Portanto, se você tem o perfil do apostador ousado, que não tem medo de riscos e vai sempre atrás de grandes retornos, a hora para apostar é agora. Para os conservadores, convém esperar o posicionamento de Djokovic antes de colocar as fichas na mesa.

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