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Uma boa maneira de lucrar consideravelmente apostando no tênis é acertar o campeão de um torneio. Em vez daquelas odds tradicionais que oscilam entre 1,10 e 1,20 até 1,80 e 1,90, que encontramos para os vencedores simples de partidas, as odds para campeão são altas. Antes de um slam como Wimbledon, é possível encontrar odds de 5,00, até 15,00 para os principais candidatos ao título. Os maiores azarões pagam até 501,00, mas nenhuma aposta assim realmente vale a pena.

O dilema de acertar um campeão é que a tarefa não é tão simples. Mesmo que você entenda muito do assunto e saiba que existe "o" cara que é o melhor do mundo, é preciso considerar que quando se aposta antes do início do torneio, seu campeão vai ter que vencer quatro, cinco, às vezes até sete partidas (como é em Wimbledon), e isso significa que ele terá de superar qualquer tipo de adversário e lidar bem com atrasos, variações climáticas, problemas com arbitragem, etc. Além disso, precisa evitar problemas com alimentação e lesões que podem surgir a qualquer momento (como aconteceu com Serena Williams, que sofreu uma lesão na perna com 15 minutos de jogo em sua estreia em Londres).

Wimbledon já está em sua metade e chegou às oitavas de final, que serão disputadas na segunda-feira. Isso deixa a tarefa de acertar o campeão um pouco menos difícil. Já foi possível ver cada tenista três vezes e entender como cada um adaptou seu jogo à grama e a situações diferentes. Além disso, quando há equilíbrio, como é o caso da chave feminina, é possível apostar em três ou quatro nomes e ainda lucrar no final.

Mas será que essas odds pro campeão outright de Wimbledon valem a pena? Depende da chave. No masculino, nem tanto porque existe um favorito que é muito favorito: Novak Djokovic. Um título do sérvio hoje paga apenas 1,53. Se compararmos com investimentos tradicionais como fundos, ações, dólar, ouro, etc., um retorno de 53% é gigante. Maaaas Djokovic ainda precisa vencer quatro jogos e, como escrevi acima, não sofrer lesões e não tem problema com alimentação (e, hoje em dia, ainda existe o risco de covid, que não pode ser descartado). Os outros candidatos entre os homens são Daniil Medvedev (6,00), que quase foi eliminado por Marin Cilic na terceira rodada, Roger Federer (9,50), que paga quase o mesmo que dois meses atrás e Matteo Berrettini (10,00), entre outros. Todos estes são muito azarões diante do atual número 1 do mundo, logo a opção óbvia seria a aposta em Djokovic apesar do retorno relativamente pequeno.

Na chave feminina, o cenário é diferente, mais aberto. Ashleigh Barty, número 1 do mundo, é a mais cotada, mas as odds são de 3,75 para um título da australiana. É bem mais atraente, não? Com o equilíbrio de forças, repito: é possível apostar em três ou quatro nomes e ainda lucrar. Cori Gauff e Angelique Kerber, duas sérias candidatas ao título, pagam 11,00 e 12,00, respectivamente. Ainda que as duas se enfrentem nas oitavas e apenas uma siga para as quartas, não convém descartar. Dá até para apostar nas duas ao mesmo tempo. Ou Iga Swiatek a 7,50 para um. Vale até considerar a russa Liudmila Samsonova (15,00), que tem 10 vitórias consecutivas e foi campeã do WTA 500 de Berlim na semana retrasada. Meus palpites? Swiatek, Gauff e Pliskova (corre por fora, mas a 19,00 vale o risco).